CAPÍTULO III
A Descoberta
“Onde está o homem que está no mundo, que tem a capacidade de entender esse mistério com toda sua Gnosis e o símbolo de todas estas palavras que tu pronunciaste?”
- Pistis Sophia
Estando na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, já há muitos meses, desempenhando estes trabalhos filantrópicos, quando ocorreu dito evento.
Comumente, realizava além de Conferências, atividades esotéricas, e foi durante uma destas atividades Esotéricas que houve dita revelação.
Esta atividade era realizada sempre aos Domingos pela manhã, iniciada antes do Nascer do Sol, de maneira que durante certa parte da prática, geralmente no momento da Meditação, iniciava o Dia.
Dita atividade sempre foi pouco valorizada pelos membros, porque talvez fosse a que exigia mais sacrifícios para se participar, afinal, ocorria em um domingo, em horário muito cedo da manhã. Então, além de ter de acordar cedo no Domingo, que acaba sendo o dia de descanso das multidões, faz com que o Sábado à noite tenha de ser mais ameno para conseguir acordar e aproveitar tal atividade.
Muito comumente estas atividades ocorriam com três membros, sendo os dois oficiantes que são os que têm o compromisso de comparecer, e mais algum membro que por vezes se dispunha à prática.
Recordo que muitas vezes nesta época esta prática foi realizada em forma de oração, por falta de participação das pessoas.
Não sei precisar quantas pessoas estavam presentes neste dia em específico, mas era uma manhã muito fria, úmida, como é característico daquela cidade naquela época do ano, principalmente.
A meditação sempre foi uma fonte de informação e estudo. Sempre houve resultados por meio da meditação, mas ainda assim, apesar de ter verificado e estudado símbolos e ensinamentos por meio dela, nunca havia chego a algo tão único e tão elevado quanto nesta data.
Recordo que foram feitos os passos normais de uma meditação: uma posição confortável, sentado em uma cadeira com as mãos viradas para baixo, apoiadas sobre as pernas, um breve relaxamento do corpo, uma breve oração, uma imensa devoção e integração espiritual como é o habitual.
A meditação comumente tem dois rumos, o silêncio ou a extrema concentração em algo objetivo que queremos compreender.
Por isto, é tão importante saber focar a atenção em algo, também abstrair-se de todas as coisas, somente assim a meditação é fecunda.
Neste dia, de um breve momento de trevas e escuridão surgiu a maior Luz que já foi vista.
Em uma região de extrema força e poder, os elementos em sua forma mais básica e espiritual se revolviam, se contorciam violentamente circundando uma grande força,
Ao se aproximar internamente daquele majestoso princípio foi visto uma gigantesca forma a qual estava ao centro de todo o existente circundante.
“‘Não vos aflijais mais, Meus discípulos, pelo Mistério do Inefável, crendo que não o entendereis. Amén vos digo:
Esse Mistério é vosso e de todo aquele que vos ouça para que, deste modo, renunciem a todas as coisas deste mundo e a toda a matéria que nele está e renunciem também a todos os pensamentos perversos e a todas as preocupações deste Aeon.’
‘Agora, por conseguinte, vos digo: Para aquele que renuncie ao mundo e a tudo o que nele há e se submeta a si próprio à Divindade, esse Mistério estará mais próximo do que todos os Mistérios do Reino da Luz e entendê-lo-á mais rapidamente e mais facilmente do que todos os outros.
O que alcance a Gnose desse Mistério renunciará a este mundo e às coisas que nele há.’
‘Por este motivo vos disse, anteriormente: Todos aqueles para quem seja pesada a carga, venham até Mim, que Eu vos darei a Vida porque a Minha carga é leve e o Meu jugo, suave.
Agora, portanto, o que receba esse Mistério terá de renunciar ao Mundo e às coisas que há nele.
Por esta razão, Meus discípulos, não vos aflijais, acreditando que não entendereis esse Mistério.
Amén vos digo: Esse Mistério é compreendido de modo mais rápido do que todos os Mistérios.
Amén vos digo: Esse Mistério é vosso e de todo aquele que renuncie ao Mundo e às coisas que há nele.’”
- Pistis Sophia
Haviam cinco caracteres dispostos de maneira mágica e perfeita, conformando o que parecia ser um Símbolo.
Ao penetrar um pouco mais ainda, por meio dos violentos elementos circundantes, pôde ver claramente os números 1, 6, 8, 9, 0 dispostos harmonicamente.
Ao movimentar-se internamente mais à frente, penetrava em uma outra dimensão, que sabia pela intuição ser outra versão daquela mesma realidade, onde via-se o nome CLXV.
Assim foi como se manifestou o Símbolo CLXV (16890).